quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Sobrevivendo em meio a crise.


Estou sobrevivendo a uma série de crises ultimamente, infelizmente estou mergulhada num humor pessimista e sentindo uma grande preguiça pra iniciar qualquer projeto novo ou até mesmo dar continuidade aos já existentes. Quando estou assim, eu respiro fundo, durmo e procuro me envolver com coisas que me deixem feliz e me afasto das pessoas que costumam me ferir, ouço músicas que me joguem pra cima e espero a poeira baixar. Por enquanto é só o que posso fazer. O psiquiatra de ontem me deixou muito abatida e prostrada hoje... Como ele pôde descartar de cara a hipótese do TPB simplesmente porque nunca me cortei, queimei e por não ter uma ocorrência policial. Ele realmente pensa que os portadores de TPB são apenas criminosos e pessoas com potencial pra automutilação? Ele ignora todos os demais sintomas?! Sequer para pra analisar meus "sintomas" e minhas queixas de mais de 12 anos onde tudo acontece da mesma maneira, sempre as mesmas idealizações, sempre as mesmas frustrações, sempre a cisão, sempre a desvalorização do outro quando qualquer não era dito pra mim. Enfim... ele sequer quis me ouvir, me rotulou bipolar porque nunca andei numa viatura policial. Como pode ser tão limitado?



 Sintomas (claro que nem todas as Borderline tem todos estes sintomas):

  • Medo de abandono: uma necessidade constante, agoniante de nunca se sentirem sozinhas, rejeitadas e sem apoio.

  • Dificuldade de administrar emoções.


  • Impulsividade.

  • Instabilidade de humor. As oscilações de humor do DAB ou TAB - Distúrbio ou Transtorno Afetivo Bipolar duram semanas ou meses, mas as Borderline têm oscilações de minutos, horas, dias. Essas oscilações de humor incluem depressões, ataques de ansiedade, irritabilidade, ciúme patológico, hetero- e auto-agressividade. Uma paciente marca a consulta informando que está super deprimida, querendo morrer. No dia seguinte chega à consulta bem humorada, bem vestida, maquiada, vaidosa.


  • Comportamento auto-destrutivo (se machucar, se cortar, se queimar). As portadoras de Borderline dizem que se machucam para satisfazer uma necessidade irresistível de sentir dor. Ou porque a dor no corpo "é melhor que a dor na alma".

  • Tentativas de suicídio, mais freqüentemente as de impulso do que as planejadas.


  • Mudanças de planos profissionais, de círculos de amizade.

  • Problemas de auto-estima. Borderlines se sentem desvalorizadas, incompreendidas, vazias. Não tem uma visão muito objetiva de si mesmos.

  • Muito impulsivas: idealizam pessoas recém conhecidas, se apaixonam e desapaixonam de maneira fulminante.

  • Desenvolvem admiração e desencanto por alguém muito rapidamente. Criam situações idealizadas sem que o parceiro objeto do afeto muitas vezes nem tenha idéia de que o relacionamento era tão profundo assim...

  • Alta sensibilidade a qualquer sensação de rejeição. Pequenas rejeições provocam grandes tempestades emocionais. Uma pequena viagem de negócios do namorado ou marido pode desencadear uma tempestade emocional completamente desproporcional (acusações de rejeição, de abandono, de não se preocupar com as necessidades dela, de egoísmo, traição, etc).

  • A mistura de idealização por alguém e a extrema sensibilidade às pequenas rejeições que fazem parte de qualquer relacionamento são a receita ideal para relacionamentos conturbados e instáveis, para rompimentos e estabelecimento imediato de novos relacionamentos com as mesmas idealizações.

  • Menos freqüente: episódios psicóticos (se sentirem observadas, perseguidas, assediadas, comentadas).

Tudo que eu sublinhei eu tenho, eu sinto. Não por querer, não por ter escolhido ser borderline, não por achar que ter tal transtorno seja glamouroso ou motivo de orgulho... Eu sou borderline, talvez pelos frequentes maus tratos que minha mãe dispensava a mim, pela frieza e crueldade das palavras e dos castigos que ela me submetia, pelas vezes que me deixava trancada no quarto, me comparava as outras crianças, se desfazia das minhas demonstrações de carinho sempre respondendo "o que é você quer de mim pra ficar de falsidade?", pelas vezes que ela me disse que eu era tão ruim que nem a tentativa de me abortar tinha dado certo, por eu não recordar de nenhum momento de afago ou afeto, mas sim de todas as vezes que ela me chamava de "maldita", "desgraçada", "peste", "imunda" e tantas outras ofensas enquanto seu olhar pra mim era de desprezo ou nojo. Meu pai, era muito rígido e conservador, não havia agressão física da parte dele, mas havia a imposição de inúmeras regras inquebráveis, ele sempre foi inflexível.

Por hoje é só, começo a me sentir demasiadamente irritada com tudo que me cerca. Vou escutar uma música, jogar um jogo qualquer, comer...


Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...