segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Mecanismo de Defesa Borderline - Crítica



"O único poder que possuo é o da minha intensa fragilidade. 
E não há lugar para a insensibilidade no mundo que habito!"


Mecanismo de Defesa Borderline - Crítica

Críticas e acusações contínuas são outros mecanismos de defesa que algumas pessoas com TPB que agem para fora usam como um instrumento de sobrevivência.

A crítica talvez seja baseada num problema real que a pessoa com TPB tem exagerado, ou isso pode ser pura imaginação por parte do borderline. 

Os familiares entrevistados têm sido devastados e castigados por certos acontecimentos tais como carregar uma sacola de mercado do jeito errado e ler um livro que o border exige que eles leiam.

Um cuidador irritado disse que se por um acaso ele não cometer um erro imperdoável no dia, sua esposa provavelmente irá brigar com ele por ser tão perfeito.

Esse mecanismo de defesa talvez esteja realmente relacionado com o abandono.

O processo inconsciente de pensar do borderline talvez trabalhe dessa maneira:

"Se existir apenas uma coisa errada comigo, então tudo está errado comigo. Se tudo está errado comigo, eu realmente sou tão defeituosa como eu pareço. E quando as pessoas descobrirem que eu sou defeituosa, elas vão me abandonar. Então não pode haver nada de errado comigo – isso tem que ser a culpa de outra pessoa!".

Geralmente, o que parece ser raiva, impulsividade e comportamento manipulativo é na realidade uma tentativa mal-orientada de extrair envolvimento e afeição.

(fonte: trecho extraído do livro Stop Walking on Eggshells traduzido pela Wally )



quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O medo dominou meu ser

Meus dias se repetem, parecem todos iguais... O aperto claustrofóbico, o vazio, o medo, a raiva, a vontade de explodir, a vontade de chorar, a vontade de mergulhar na cama e não fazer nada, o desânimo em assumir projetos novos e a falta de força pra cumprir os velhos...
A terapia segue e minha cabeça fervilha pensamentos e lembranças, me perco tentando me achar e adio a visita ao psiquiatra por medo dos remédios que terei que tomar...
O medo dominou meu ser e a cada dia me sinto encolhendo, sumindo... tenho medo do que posso me tornar. Preciso escrever sobre a terapia, sobre as descobertas, sobre as reviravoltas e os pontos começando a serem ligados uns nos outros... mas me falta força...


Medo

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Inevitável



Instável por natureza, tristonha e cronicamente depressiva, contagiosamente eufórica, melancólica, irritada e insanamente mansa, poeta e sonhadora, indignada e raivosa, misantropa* e asceta**, observadora de estrelas e leitora de horóscopos, crente em mais de uma fé e descrente de todas elas...


Bailando nesta maldita corda bamba o inevitável se aproxima, não tenho pra onde correr. Porque me iludi achando que o dia não chegaria? Não sei o que fazer, não sei o que pensar... Preciso me esconder e não sei onde, preciso me distrair mas não sei com o que... Tudo parece vazio, frio e silencioso quando não estás aqui, e eu sinto um medo que congela minha coluna vertebral e me paralisa, não tem saída. As cores desbotam, o doce perde o sabor mas nada muda o inevitável e o inevitável chegou.

"Um toque é uma pancada
um som é um barulho
um revés é uma tragédia
uma alegria é um êxtase
um amigo é um amado
um amado é um deus
e o fracasso é a morte"
(Do livro Alta Sensibilidade Emocional)




 * Aversão ao ser humano e à natureza humana no geral. Também engloba uma posição de desconfiança e tendência para antipatizar com outras pessoas.
** Pessoa que se entrega a exercícios de piedade.

domingo, 22 de janeiro de 2012

O vazio... o eterno vazio

É triste ter uma mãe e não ter uma amiga. Uma pessoa que faz sua comida, lava sua roupa mas acha que cuidar é só isso, faz o serviço mecânico mas não te dá apoio e cuidado emocional, motivacional. Uma pessoa que te fere no íntimo dia após dia e te faz sentir pior que os outros, te faz sentir sozinho, e acaba com a sua auto estima, desmotiva ... É triste e é um sofrimento silencioso, porque pros vizinhos e familiares "ela cumpre o dever de mãe dela". E o vazio te acompanha na vida adulta, quando você tem um corpo cronologicamente crescido e uma alma de criança ferida, querendo a atenção e o carinho deste primeiro relacionamento humano, que é o relacionamento mãe e filho.


Nos últimos dias andei ausente do blog, andei ausente de mim mesma, numa fuga inútil onde tentamos escapar daquilo que somos, ou daquilo que os outros nos tornaram... Daí me escondi em livros, filmes, arrumação de guarda-roupa e prateleiras, escrevi outros blogs sobre outros assuntos, mas a vida dá sinal que vai mal, que se arrasta... As brigas com o mundo e comigo mesma são frequentes e chega um ponto que tudo perde o sentido... E você se contenta em apenas seguir em frente, seguindo sabe-se lá pra onde...


Obrigada pelas pessoas que vem até aqui e fazem parte da minha caminhada, comentando ou em silêncio, é bom tê-los... 

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Eu sou uma idiota!



Desabafo de quem se sente injustiçada.
Pra mim é "engraçado" pra não utilizar palavras mais hostis que uma pessoa me diga que eu sou tão única, importante e esperada e que só tenha a me oferecer o resto já experimentado por outras antes de mim. Deve ser porque sou "maluca" que penso assim, mas pra uma "louca" como eu, quem é especial merece cuidados e espaços que jamais foram adentrados por nenhuma outra, ainda mais quando tratam esse outro de "qualquer coisa ruim sem importância", ou isso é conversa pra boi dormir, ou a pessoa tenta esconder que já amou igualzinho antes (e talvez até mais) do que te ama agora ou talvez eu seja uma idiota. Acho que é tudo isso, não nessa mesma ordem... A ideia de ser convidada a passar um Natal com a família do meu namorado, por exemplo, era uma coisa legal que me fazia sentir valorada, um passo adiante e tal, mas o que pensar depois de saber que a "sem importância" já esteve lá antes? E o que ela era mesmo hein?! A "doce dama"  namorada?! Não! Pelo que eu me lembre (porque ele mesmo sempre fez questão de falar dessa vagabunda),  ela não passava de uma qualquer, uma vadia, uma puta passista de uma escola de samba do subúrbio carioca, localizada aos pés de uma favela e com "cheiro" de suor e perfume barato. 

Mas ela foi a primeira dama a adentrar num espaço que para os loucos como eu, devem ser preservados pras pessoas especiais (a não ser que você considere especial alguém que dança frenética e primitivamente movida por seus instintos mais carnais e mau cheirosos, semi nua na frente de uma centena de esfomeados miseráveis, e não falo de gente subnutrida só de vitaminas e sais minerais não, "gente" mal nutrida de tudo que configura o mínimo pra uma pessoa estar pelo menos um passo acima da linha da mediocridade). Sim, a primeira a ter as ditas "honras da casa" não fui eu, foi essa vadia. Mas acredito que os homens curtem mesmo é uma boa baixaria, esse mesmo príncipe encantado ridicularizou  minha participação num sarau de poesia, coisa que eu costumava fazer, e essa atitude me inibiu qualquer tentativa de convite ou algo do tipo, mas esse mesmo ser, que se rotula inteligente, com bom gosto musical e vários outros mimimis não pensou duas vezes pra entrar sabe onde? Lá mesmo, lá na quadra de escola de samba onde bunda é poesia e cerveja barata e suor são prosa. Quer saber? Não adianta oferecer manjar dos deuses aos porcos se eles estão acostumados com lavagem mesmo... e se vierem a comer um manjar por algum acaso, provavelmente irão comer do manjar procurando aquele gostinho estragado da lavagem... Os porcos são assim. Eu não posso mudar-lhes a natureza.

Mas pra finalizar ainda tem mais uma. Um local onde a gente clama por ajuda Divina, um lugar que a gente considere sagrado, um refúgio, um local que nos dá refrigério sempre é compartilhado como um tesouro e não dividimos tesouros com qualquer indigno. Eu não gosto de igrejas de crentes e tão pouco de crentes, e não escondo isso de ninguém, toda aquela alienação e recusa a ciência me dão nos nervos, mas mesmo assim, se é sagrado pra alguém que amo eu respeito, e sinceramente adoraria ser convidada pra estar neste lugar, não pelo que ele oferece mas sim pelo que ele significa pra pessoa que está ao meu lado. Mas adivinhe só quem foi convidada?! Claro! Mais uma vez, eu fiquei de fora e quem foi convidada a entrar neste local sagrado pra ele foi ela, a vagabunda da escola de samba ou outra vadia qualquer da mesma extirpe, enquanto eu fui convidada pra curtir o "sagrado" num estádio de futebol pra ser desrespeitada pelos amiguinhos dele que se referiam a ele como "o cara" porque estava me pegando. Esse é o sagrado que ele oferece pra mim que sou especial, um estádio de futebol, a torcida do Flamengo e o local realmente sagrado ele oferece pras vadias fedorentas... Enquanto que, para os meus locais de busca pelo sagrado, ele vai porque é convidado, não por mim como também por meus amigos. Seja no kardecismo ou no movimento hare krishna ele sempre tem a certeza de ser bem vindo, até mesmo em casa, quando medito, escuto mantras e etc... Ele se esquece do "sagrado" que me ofereceu na forma de manto-sagrado-pano-de-chão-da-mulambada e certamente gosta de se sentir bem vindo nos locais onde habita o meu sagrado. Bem, disso eu só posso acreditar que ele era inocente o bastante pra acreditar que ao entrar na igreja aquela vadia fedorenta fosse expelir todas as pombas-giras dela e se tornar uma mocinha de Jesus (e nessa parte eu já estou rindo de deboche**)




Ele realmente me ama ou está se vingando da vida e das vezes que foi traído?! E eu... eu realmente quero esse lixo todo pra minha vida?!

Sinceramente, não sei no que ele se baseia pra fazer coisas assim, essas e muitas outras. Porque inclusive ele já me colocou pra fora da casa dele na base da porrada, me arremessando pro corredor feito uma cachorra enquanto que, a passista fedorenta entrava no prédio sem nem interfonar, batia na porta da casa do cornão e ele abria sorridente apesar do peso do chifre, sua falta de vergonha na cara era tanta que ainda assim ele abria a porta com a esperança de sei lá o que. Homem otário assim deve gostar mesmo é de sentir o cheiro da porra de outro no meio das pernas da "mulher dele". 


E eu que sou maluca ainda me aborreço com essa gente suja, enquanto que eu deveria apenas mandá-los pro inferno ou pra casa do caralho!


Às vezes, a gente precisa dar um tempo, 
correr pra longe de todo mundo 
para ver quem vai correr atrás da gente...


segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Definitivo

O que sentir se não conhece o sentimento que está a incomodar?


Definitivo, como tudo o que é simples. 
Nossa dor não advém das coisas vividas, 
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. 
 

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos 
o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções 
irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado 
do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter 
tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que 
gostaríamos de ter compartilhado, 
e não compartilhamos. 
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade. 

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas 
as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um 
amigo, para nadar, para namorar. 

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os 
momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas 
angústias se ela estivesse interessada em nos compreender. 

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada. 

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo 
confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, 
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar. 

Por que sofremos tanto por amor? 
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma 
pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez 
companhia por um tempo razoável,um tempo feliz. 

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um 
verso: 

Se iludindo menos e vivendo mais!!! 
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida 
 
está no amor que não damos, nas forças que não usamos, 
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do 
sofrimento,perdemos também a felicidade. 

A dor é inevitável. 
O sofrimento é opcional...

domingo, 15 de janeiro de 2012



Se o meu sorriso mostrasse o fundo da minha alma, muitas pessoas ao me verem sorrir, chorariam comigo! 
[Kurt Cobain]




Estou aproveitando o dia de chuva pra preparar um visual novo pro blog... Este verde já encheu meu saco. Já que o domingo é entediante, está chovendo e meu humor está anti-social, nada melhor que naufragar no computador.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Elevação (ou não)

"Quero atingir um estado de elevação que me dê a liberdade da dor, do sofrimento e do mundo externo"

Há quem prefira voar, há quem prefira sonhar como também há quem saiba que viver é mais que comprar e comer. A liberdade torna-se sempre numa decisão, numa procura ou numa viagem com aventura para encontrar o propósito. Cair e levantar é lograr a perfeição numa oportunidade que não posso desperdiçar.

Enquanto batalho contra mim mesma, perco as forças e energias contaminando o meu mundo em lamentações e sofrimento com a ilusão de que a salvação está por entre aqueles que me rodeiam. Minha criança ferida quer atenção, companhia e carinho desmedidos, sem lógica, sem razão, sem nada parecido com o que já houve antes.

A esperança existe como os rios que nunca deixam de correr para o oceano, nem as estrelas deixarão de brilhar e eu acredito que uma delas conseguirei alcançar. Perdoa-me então por estar novamente a exigir tanto ti, mas somente tu fazes parte da minha mente e do meu ser e, sendo assim eu não gostaria de ter que me deparar com os seus trapos, restos e raspas. Mas mesmo te amando tanto enquanto meus lábios dizem que eu te odeio e eu tento fazer você sentir através das minhas ofensas toda dor e medo que eu sinto, saiba que podem passar mil dias, mil anos, eu nunca soltarei as tuas mãos para que assim estejas sempre no meu coração. 



Depois de todas as brigas, crises, ofensas e descontrole, eu extravaso minhas decepções, coloco a criança ferida a fazer pirraça diante de todos para chocá-los e logo depois baixo os braços rapidamente na esperança que o amanhã venha modificar os contornos e unir de novo os nossos caminhos, para que juntos possamos voltar a trilha-los acreditando na cura, no controle e em dias melhores.

O coração dói tanto aqui dentro por tudo que me fazes sem saber ou sem desejar, por tudo que eu faço por descontrole, por tudo que eu gostaria de arrancar de vez da minha vida e por toda tempestade que eu causo e me arrependo tão terrivelmente depois... Nesses momentos fico fria, distante, descrente, pensando que o melhor mesmo é fugir, sumir, te largar, morrer... Qualquer coisa que tire dos meus olhos tudo que trás a dor e o medo à tona novamente.



sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Emocional

Cada dia é uma batalha dolorosa e cansativa na mesma rotina, é como correr uma maratona em círculos, por mais que você se canse, nunca chega a lugar nenhum... Muitas coisas me machucam, me incomodam e me fazem sangrar por dentro, a oscilação de amor e ódio, de esperança e desespero, de querer viver e morrer... Viver esperando por tudo sem esperar por nada. 
Minha cabeça não tem andado boa, a cada dia que passa sinto que chego mais pra beira do abismo... 


Nirvana sempre foi de longe minha banda favorita e essa música me falava na alma, juntamente com algumas outras, antes mesmo de eu me saber borderline... (In) feliz coincidência...


Sappy

And if you save yourself
You will make him happy
He'll keep you in a jar
And you'll think you're happy
He'll give you breathing holes
Then you'll think you're happy
He'll cover you with grass
And you'll think you're happy
Now

You're in a laundry room,
You're in a laundry room,
The clue that came to you, oh

And if you cut yourself
You will think you're happy
He'll keep you in a jar
Then you'll make him happy
He'll give you breathing holes
Then you'll think you're happy
He'll cover you with grass
Then you'll think you're happy
Now

You're in a laundry room,
You're in a laundry room,
Conclusion came to you, oh 

And if you fool yourself
You will make him happy
He'll keep you in a jar
And you'll think you're happy
He'll give you breathing holes
Then you will seem happy
You'll wallow in your shit
Then you'll think you're happy
Now

You're in a laundry room
Conclusion came to you, oh



Emocional

E se você se conservar
Você o fará feliz
Ele manterá você em um frasco
E você achará que está feliz
Ele fará buracos para que você respire
E você achará que está feliz
Ele cubrirá você com grama
E você achará que é feliz
Agora

Você esta em uma lavanderia
Você esta em uma lavanderia
A pista que veio até você

E se você se cortar
E você achará que está feliz
Ele mantem você em um frasco
Então você o fará feliz
Ele faz buracos para que você respire
Então você achará que está feliz
Ele cubrirá você com grama
Então você achará que é feliz
Agora

Você está em uma lavanderia
Você esta em uma lavanderia
A pista que veio até você 

E se você se enganar
Você o fará feliz
Ele manterá você em um frasco
E você achará que está feliz
Ele fará buracos para que você respire
Então você ira parecer feliz
Você vai se atolar na merda.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Cada dia um novo desafio na mesma rotina.



Eu gostaria que as pessoas entendessem de uma vez por todas que eu não sou borderline por escolha, opção e tampouco conveniência. Existe uma clara diferença entre, o que eu sou, o que eu quero ser e o que eu POSSO SER. E é neste estágio que eu estou agora, na transição do que eu sou para o que eu posso ser. Sem me preocupar com o que as pessoas querem de mim. Desisti de tentar corresponder as expectativas dos outros e anular a mim mesma, cansei dos sorrisos falsos, cansei das manipulações dos meus parentes, aliás, cansei tanto deles, que me mudei e eles nem tem meu endereço atual, eles apenas acreditam que ainda moro na casa antiga, que é própria e que guarda alguns móveis meus, e que “vivo batendo perna” por aí. Mas pra que contar? Eles sempre me enchem de críticas e me fazem olhar pra trás pra lamentar o que foi deixado... Cansei do algoritmo de funcionamento que eles, por tanto tempo, me obrigaram a executar. Agora, eu quero ser livre... mas não é assim do dia pra noite que as coisas acontecem...

Tenho andado deprimida e desanimada, tudo porque sei que em breve serei deixada sozinha enquanto meu namorado, mais uma vez, viaja sei lá pra qual escola de pilotagem, pra ficar mais sei lá quanto tempo, pra tirar uma tal especialização ou voltar com as mãos abanando mais uma vez... Na verdade, detesto a idéia de me relacionar com um piloto, por tudo que envolve a “carreira”, desde as viagens, a não ter um endereço pra procura-lo no meio do expediente em uma emergência e principalmente pelas vadias que ele terá como colega de trabalho, na forma de comissárias, aeromoça ou qualquer porcaria dessas, que já que são galinhas destituídas de asas, usam o avião pra voar e galinhar.

Enfim... Não posso fazer nada e só Deus sabe como dói esta impotência e esta briga interior entre os meus insights e meu transtorno.

Minha psicóloga diz que este mecanismo é o de testar o amor das pessoas por mim, pra ver até onde elas são capazes de ir ou o que são capazes de abandonar. Seguindo esta “lógica” eu busco descobrir se estou realmente segura naquele relacionamento ou se serei deixada, trocada ou diminuída perante alguma coisa como minha mãe fazia comigo. Isso se resume em: “você me ama mesmo, em qualquer situação ou vai fazer igual a minha mãe?”

Quando me decepciono eu brigo, grito, faço escândalo e até fico muda. Mas uma coisa é certa, minhas emoções são intensas, me dou inteira, me desgasto, me gasto, me canso de amar, de odiar, me empenho, vou ao extremo. Não sei ser menos que intensa...

Talvez isso seja uma fraqueza, uma doença, uma fuga... Será algo positivo de alguma forma? Não sei. Já tentei ser de outra forma, esse é um dos motivos pelo qual faço terapia, me cansar menos de minhas relações, me cansar menos de mim mesma. Só que me saturo, perco a paciência, a fé, a confiança, a vontade... Faço os dias pesados, sangro os pés, pois, nunca me lembro de por as sandálias para caminhar nesta estrada longa e cheia de pedras. Cada dia um novo desafio na mesma rotina... Dá pra entender?

A vida nunca deixará de ser um desafio, acredito eu... Embora muitas vezes tenha pensado em desistir, e acho que ainda retornarei a esse pensamento, pois, toda vez que uma dor forte vem, é inevitável, pensar que ficar sem sensação me traria paz... Mas evitar pensamentos de inferiorização, tortura, culpa e morte também é um desafio que estou vencendo, dias sim... dias não.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Meditação e Paz Interior

"Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém..
Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim.
E ter paciência para que a vida faça o resto..."
(William Shakespeare)


Cheguei a este pensamento meditando ontem sobre meus problemas e minhas necessidades, percebi que, ao invés de clamar que os outros me deem o que me faltou na infância e etc, eu preciso tirar um aprendizado desta dor e ajudar a quem, hoje está sofrendo como eu já sofri. Vou encontrar o amor que preciso e preencher meu vazio, ajudando ao próximo, fraternidade é a resposta do meu sofrimento. As coisas começam a ficar mais fáceis quando, você entende os mecanismos da sua mente, quando você entende que tudo é uma questão de atração kármica e que não existe ninguém que sofra injustamente, por mais que doa, alguma coisa eu fiz pra atrair a estória da infância sofrida que eu tive e sim, isso me deixou cicatrizes e muitas dores, mas além disso tudo fica a indagação: "Quem eu fui antes? O que eu fiz? Porque precisei reencarnar e pagar deste jeito?"

As respostas eu não tenho, mas posso deixar estas questões um pouco de lado e aprender com a vida e com as situações, reverter meu karma, ajudar ao próximo, parar de pedir que olhem pra mim, pra minha dor e ajudar a quem sofre e assim começar um novo plantio, para no futuro colher frutos mais doces. Mas claro que chegar a esta conclusão não torna em nada a minha jornada fácil, apenas me dá entendimento, o entendimento que antes me faltava. Haverão dias difíceis, haverão dias de crise e de choro, assim como haverão dias pra cantar e dançar na chuva.


Basta um passo a frente e não estará mais no mesmo lugar.





A Passos Largos, Tropeço

Sigo uma lógica de loucos,
previsões eu murmuro
Como posso entender tanto o futuro
se nem metade do que pensava hoje acho?


Mas a intenção do meu passo
é sempre maior que minhas pernas
Eu sei.
Só não sei qual passo estou dando
e nem pra onde.



quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Sobrevive o pensamento, por mais cruel que seja...

Tudo caminha de forma aleatória,
As correntes tornam o andar mais difícil,
Com as mãos amarradas não pode segurar,
E a visão não está mais no lugar.


Pegar um pouco de ar é impossível,
Porque o possível não está lá,
E com a defesa esgotada,
Não se pode mais descansar.


O tempo corre sem demora,
Empurrando, se debatendo. 
E ao lado percebendo,
Que sobrevive só o pensamento...



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