quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Cada dia um novo desafio na mesma rotina.



Eu gostaria que as pessoas entendessem de uma vez por todas que eu não sou borderline por escolha, opção e tampouco conveniência. Existe uma clara diferença entre, o que eu sou, o que eu quero ser e o que eu POSSO SER. E é neste estágio que eu estou agora, na transição do que eu sou para o que eu posso ser. Sem me preocupar com o que as pessoas querem de mim. Desisti de tentar corresponder as expectativas dos outros e anular a mim mesma, cansei dos sorrisos falsos, cansei das manipulações dos meus parentes, aliás, cansei tanto deles, que me mudei e eles nem tem meu endereço atual, eles apenas acreditam que ainda moro na casa antiga, que é própria e que guarda alguns móveis meus, e que “vivo batendo perna” por aí. Mas pra que contar? Eles sempre me enchem de críticas e me fazem olhar pra trás pra lamentar o que foi deixado... Cansei do algoritmo de funcionamento que eles, por tanto tempo, me obrigaram a executar. Agora, eu quero ser livre... mas não é assim do dia pra noite que as coisas acontecem...

Tenho andado deprimida e desanimada, tudo porque sei que em breve serei deixada sozinha enquanto meu namorado, mais uma vez, viaja sei lá pra qual escola de pilotagem, pra ficar mais sei lá quanto tempo, pra tirar uma tal especialização ou voltar com as mãos abanando mais uma vez... Na verdade, detesto a idéia de me relacionar com um piloto, por tudo que envolve a “carreira”, desde as viagens, a não ter um endereço pra procura-lo no meio do expediente em uma emergência e principalmente pelas vadias que ele terá como colega de trabalho, na forma de comissárias, aeromoça ou qualquer porcaria dessas, que já que são galinhas destituídas de asas, usam o avião pra voar e galinhar.

Enfim... Não posso fazer nada e só Deus sabe como dói esta impotência e esta briga interior entre os meus insights e meu transtorno.

Minha psicóloga diz que este mecanismo é o de testar o amor das pessoas por mim, pra ver até onde elas são capazes de ir ou o que são capazes de abandonar. Seguindo esta “lógica” eu busco descobrir se estou realmente segura naquele relacionamento ou se serei deixada, trocada ou diminuída perante alguma coisa como minha mãe fazia comigo. Isso se resume em: “você me ama mesmo, em qualquer situação ou vai fazer igual a minha mãe?”

Quando me decepciono eu brigo, grito, faço escândalo e até fico muda. Mas uma coisa é certa, minhas emoções são intensas, me dou inteira, me desgasto, me gasto, me canso de amar, de odiar, me empenho, vou ao extremo. Não sei ser menos que intensa...

Talvez isso seja uma fraqueza, uma doença, uma fuga... Será algo positivo de alguma forma? Não sei. Já tentei ser de outra forma, esse é um dos motivos pelo qual faço terapia, me cansar menos de minhas relações, me cansar menos de mim mesma. Só que me saturo, perco a paciência, a fé, a confiança, a vontade... Faço os dias pesados, sangro os pés, pois, nunca me lembro de por as sandálias para caminhar nesta estrada longa e cheia de pedras. Cada dia um novo desafio na mesma rotina... Dá pra entender?

A vida nunca deixará de ser um desafio, acredito eu... Embora muitas vezes tenha pensado em desistir, e acho que ainda retornarei a esse pensamento, pois, toda vez que uma dor forte vem, é inevitável, pensar que ficar sem sensação me traria paz... Mas evitar pensamentos de inferiorização, tortura, culpa e morte também é um desafio que estou vencendo, dias sim... dias não.

Um comentário:

Unknown disse...

COMO TU ANDAS SUMIDA! DO MEU BLOG, DO MUNDO VIRTUAL EM GERAL... TENHO SENTIDO A TUA FALTA, E TB FALTA DOS COMENTÁRIOS DAS PESSOAS. ¬¬

Meu comentário vai ser meio paradoxal. Rolei rindo ("...que já que são galinhas destituídas de asas, usam o avião pra voar e galinhar"), e quase fiquei chorando.

As coisas que tu falaste são muito verdadeiras. =/

Tou MUITO triste que tu tenhas virado "amiga" de "certa pessoa", e tenho esperado que não. Até por isso acho que tu andas estranha, sei lá.

O coment não era pra ser sobre isso, mas o desabafo foi inevitável! Desejo melhoras pro atual momento de deprê.

E fica sussa: ten um amor "nas mãos", mais que isso, a gente não pode querer, nem ter a falsa pretensão de dominar. Deixe um dia acontecer de cada vez.

Bjossss.

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