segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Dor



"Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente."

(William Shakespeare)



sábado, 28 de setembro de 2013

Solidão

Caminho por entre espinhos, em cada andar.
Perco-me por entre passos curtos porém largos
Olho para o lado... Longe na distância que separa
A realidade ilusória construída por fragmentos de dor
E pedaços de sentimentos contraditórios.

Atravesso a tempestade de forma lenta e passiva
Meus olhos sangram ao enxergar,
O que não pode ser visto.
Perco os sentidos e a vida não mais é sentida,
Ela é expressa somente no instante vivido.

Dois caminhos se cruzam,
Duas estradas e um só pensamento,
A dúvida corrompe o caminhar,
Levando ao extremo da insanidade.

O que fazer se não há nada a ser feito?
O que mudar se a escolha não decide?
Esperar... Acordar... Continuar a caminhar...


Somos anjos de uma asa só.
Precisamos nos abraçar para alçar vôo.


Ao som de: Hate This And I'll Love You -  Muse

Mitomania

Dizer a verdade é um sofrimento para quem tem mitomania, doença definida como uma forma de desequilíbrio psíquico caracterizado essencialmente por declarações mentirosas vistas pelos que sofrem do mal como realidade.

É um distúrbio de comportamento e conduta que pode ser sério e pode estar associado a casos de depressão, transtorno de personalidade e que em alguns casos podem levar até ao suicídio.

Uma das grandes diferenças do mentiroso(a) esporádico ou “tradicional” para o mitômano, é que no primeiro caso o individuo não tem resistência em admitir a verdade, enquanto o portador da compulsão por mentir usa a mentira em proveito próprio ou prejuízo de outro de forma imoral sem sentir a necessidade de desfazer o engano.

As inverdades dos mitomaníacos estão relacionadas a assuntos específicos, podem ser ampliadas e atingir outros assuntos em casos considerados mais graves.

Os mitômanos não possuem consciência plena de suas palavras, os mesmos acabam por iludir os outros em histórias de fins únicos e práticos, com o intuito de suprirem aquilo de que falta em suas vidas.

É considerado um transtorno grave, necessitando o portador dela de grande atenção por parte dos amigos e familiares.

Para os mitômanos, dizer a verdade é um sofrimento. Eles contam histórias e ao mesmo tempo acreditam nelas como forma de consolo. A mentira nesse caso é somente um meio para outros fins.

O mitômano sabe no fundo que o que ele diz não é totalmente verdadeiro. Neste caso a pessoa prefere acreditar em sua realidade mais que na realidade exterior. Tem a necessidade de contar essa historia para se sentir tranqüilizado e de acordo consigo mesmo.

Essa doença é definida como uma forma de desequilíbrio psíquico caracterizado por declarações mentirosas.

Esse distúrbio tem sua origem na supervalorização de suas crenças em função da angustia, TOC, depressão e pós-depressão.

A manifestação da mitomania deve-se a profunda necessidade de apreço ou atenção.

A maioria dos casos ao serem expostos, tornam-se vergonhosos. É extremamente raro mitômanos que buscam ajuda por vontade própria, pois eles não vêem que estão sofrendo de um mal.

A ajuda dos familiares e amigos se tornam extremamente importante na vida do individuo que sofre da doença, já que eles que irão indicar os pontos e erros.

Sem o apoio e após a exclusão do grupo que freqüentava o individuo acaba vivenciando uma situação sem saída e não consegue ver aquilo que ama e deseja.

O mitômano poderá apresentar sintomas de solidão e profunda melancolia. Aconselha-se que as pessoas que o rodeiam ajudem nesse processo, pois caso contrário o mitomaníaco acaba optando pelo desejo de morte.

A cura do individuo reside principalmente da conversa clara com aqueles que o rodeiam, expondo a sua vontade de melhora.

O tratamento baseia-se do apoio familiar, acompanhamento psicoterapêutico e tratamento psiquiátrico.


sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Love Hate Love



No meu rádio a canção diz "tentei te amar, achei que podia, tentei ter você, achei que iria, perdido dentro da minha cabeça doentia vivo por você, mas não estou vivo, pegue minha mão antes que eu me mate, ainda te amo, eu ainda queimo..", enquanto Alice in Chains canta "Love Hate Love" eu vejo as horas passando lentas, com os pensamentos devorando o pouco de sanidade que me resta, perdida num abismo de verdades e mentiras onde um turbilhão de sentimentos me consomem por dentro e eu não consigo expressar, não consigo externar... Os pensamentos me perseguem, as lembranças me fazem sentir culpada e me sinto encurralada. Espero a ajuda do tempo, espero a ajuda de um deus no qual eu não consigo mais ter fé, espero chegar perto da cura me permitindo ser uma cobaia de procedimentos inovadores, espero por tudo esperando por nada... 

- A ferida vai cicatrizar um dia e a dor cessará mais cedo ou mais tarde e essas lágrimas que eu choro agora, secarão. Repito eu, para mim mesma.


Eu precisei criar tantas estórias e tantas ilusões pra suportar a realidade da minha vida e agora não consigo mais encontrar o caminho que me conduz a saída. Tudo se tornou cinza, enfadonho... E é uma angústia torturante querer mostrar como eu sou de verdade, mostrar porque eu criei esse universo e não conseguir... Me vejo com os pés atados em tantas mentiras,  em tantas fugas, em tantos disfarces e personagens que eu criei pra lidar com a minha dor, que eu já não sei mais quem sou eu de verdade, o que é a doença e o que é delírio...

"O abismo olha para mim, mesmo que eu não olhe para ele
Me persegue, me procura 
E me acha em berço doce 
Mas a lembrança das carícias brandas 
Me guarda da perdição 
Que seria minha existência rastejante 
Se não tivesse tido teus olhos, teu sorriso, tua mão doce em conforto...



Prosseguir é o mais difícil,
Desistir é possível,
Permanecer imutável na solidão de si mesmo
Com o tempo correndo ao contrário.

Perder o que não se tem,
Encontrar o que não se conhece,
Partir sem deixar marcas
Somente a procura do inexistente."




quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Sepultamento de um grande amor.


“…a minha dor é esta primavera que nasce e me mostra 
que o inverno se instalou definitivamente dentro de mim”.


Acho que não se pode sepultar nada sem chorar muitas lágrimas. Eu estou no vale das lágrimas, perdida no abismo que é pensar e sentir. Preciso me habituar ao vazio que você deixou e que eu insisto em não aceitar, sentir o peso da verdade que eu me recuso a acreditar...

Preciso aprender a andar pois já não possuo mais duas asas para voar, ficarei aqui com meus pés fincados ao chão me alimentando das lembranças do passado, até que um dia eu possa finalmente secar as lágrimas e andar de cabeça erguida com o vento batendo nos meus cabelos. 

Preciso te arrancar de dentro de mim, preciso expirar você e deixar o vento levar o que ficou de você em mim, preciso me esvaziar de tudo e deixar você num canto da memória, num porta retrato empoeirado na minha estante e lembrar de você de vez em quando, sem dor e sem saudades, sem culpas e sem mágoas quando eu ouvir uma das nossas músicas...


"Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo."


"Eu só aceito a condição de ter você só pra mim.
Eu sei, não é assim, mas deixa. 
Eu só aceito a condição de ter você só pra mim. 
Eu sei, não é assim, mas deixa eu fingir e rir."


Ao som de: Creep - Radiohead / Dream On - Aerosmith / Creep - Stone Temple Pilots


Conto de Fadas pra suportar a vida...

Eu sustentei muitas farsas por muito tempo, doces mentiras inofensivas que davam um ar literário, cinematográfico ou épico à minha miserável e sofrida vida.  Era uma forma de alívio, de mascarar a dor e principalmente mascarar a vergonha, eu sempre tive muita vergonha da vida que eu levei como consequência da conduta dos meus pais e da forma como eles me tratavam. 

Quando eu era criança, passava o tempo a imaginar situações, estórias e vidas diferentes da que eu tinha... Sempre gostei dos livros porque eles me permitiam viajar sem sair do lugar e mantinham a minha mente fértil e sempre tive muita dificuldade em desvencilhar o real do imaginário, as coisas se permeavam e me confundiam e como minha memória sempre foi fraca isso foi criando raízes cada vez mais profundas em mim. 

Eu sempre gostei de imaginar, dar ares de grandeza a pequenas coisas, escrever com rimas ricas os eventos do cotidiano e como não prejudicava ninguém fui me embrenhando por esse caminho cada vez mais e mais... 

Eu sempre fui teatral, desde a infância, eu gostava de encenar no espelho, criar personagens e fazer monólogos, quando cresci isso me acompanhou na escola onde as minhas redações eram sempre aclamadas, e isso foi me seguindo, me seguindo silenciosamente e começou a fazer parte de mim... 

Eu sempre tive tendência ao exagero e sempre gostei de fantasiar a realidade... Porque sempre foi difícil para mim encarar a minha realidade.

"Quem é mais sentimental que eu?
Eu disse e nem assim se pôde evitar (...)
No abismo que é pensar e sentir"


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