sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Love Hate Love



No meu rádio a canção diz "tentei te amar, achei que podia, tentei ter você, achei que iria, perdido dentro da minha cabeça doentia vivo por você, mas não estou vivo, pegue minha mão antes que eu me mate, ainda te amo, eu ainda queimo..", enquanto Alice in Chains canta "Love Hate Love" eu vejo as horas passando lentas, com os pensamentos devorando o pouco de sanidade que me resta, perdida num abismo de verdades e mentiras onde um turbilhão de sentimentos me consomem por dentro e eu não consigo expressar, não consigo externar... Os pensamentos me perseguem, as lembranças me fazem sentir culpada e me sinto encurralada. Espero a ajuda do tempo, espero a ajuda de um deus no qual eu não consigo mais ter fé, espero chegar perto da cura me permitindo ser uma cobaia de procedimentos inovadores, espero por tudo esperando por nada... 

- A ferida vai cicatrizar um dia e a dor cessará mais cedo ou mais tarde e essas lágrimas que eu choro agora, secarão. Repito eu, para mim mesma.


Eu precisei criar tantas estórias e tantas ilusões pra suportar a realidade da minha vida e agora não consigo mais encontrar o caminho que me conduz a saída. Tudo se tornou cinza, enfadonho... E é uma angústia torturante querer mostrar como eu sou de verdade, mostrar porque eu criei esse universo e não conseguir... Me vejo com os pés atados em tantas mentiras,  em tantas fugas, em tantos disfarces e personagens que eu criei pra lidar com a minha dor, que eu já não sei mais quem sou eu de verdade, o que é a doença e o que é delírio...

"O abismo olha para mim, mesmo que eu não olhe para ele
Me persegue, me procura 
E me acha em berço doce 
Mas a lembrança das carícias brandas 
Me guarda da perdição 
Que seria minha existência rastejante 
Se não tivesse tido teus olhos, teu sorriso, tua mão doce em conforto...



Prosseguir é o mais difícil,
Desistir é possível,
Permanecer imutável na solidão de si mesmo
Com o tempo correndo ao contrário.

Perder o que não se tem,
Encontrar o que não se conhece,
Partir sem deixar marcas
Somente a procura do inexistente."




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