terça-feira, 29 de novembro de 2011

Desculpe, eu até pensei em te ajudar mas...

Quando uma pessoa não se compadece da sua dor e sequer entende suas necessidades, não adianta clamar a plenos pulmões por socorro, ninguém vai aparecer equipado com uma cadeira de rodas ou um par de muletas para resgatar a "doce princesa acidentada". Não vai aparecer alguém que dedique tempo, cuidado e atenção, simplesmente porque eu preciso ou porque acreditei na história de ser a mulher mais importante, ou ainda porque acredito nas máximas "querer é poder" e "o amor vence tudo". A realidade é outra... e na realidade os homens estão inclinados a ceder as necessidades e caprichos das vadias e negar e fazer pouco da necessidade de quem se valoriza. 

Ou será que faz sentido pra alguém quando um homem diz: "a fulana era uma vadia mas quando ela quebrou a perna eu rodei a Tijuca inteira em busca de uma cadeira de rodas pra ela", "a ciclana não era importante mas quando ela inventou de vender muamba na Lapa eu carreguei tudo que ela quis de Campo Grande ao Centro noite a dentro sem pensar no meu tempo perdido e sem pensar que jamais havia feito aquilo antes". Entre outros casos enquanto que, pra você que é a dita especial, a dita "mãe pros meus filhos", um telefonema procurando um maldito psiquiatra que possa tratar e medicar esse terrível transtorno borderline parece complicado, cansativo, impossível, fora do alcance e etc?!

E além de ter passado a humilhação de ter sido obrigada a escutar todas essas "incríveis aventuras românticas", ainda me coloco na ridícula situação de pedir ajuda porque me sinto diminuída diante deste panorama e por ter um mal silencioso que perturba minha mente dia e noite e que é muito mais grave que qualquer perna quebrada mas... vale a pena insistir nesse pedido? Eu realmente deveria cobrar ser tratada como alguém especial? Pra mim,a     ajuda só vale se for espontânea e feita de alma e coração limpos.

Já me dei conta de que não devo ficar cobrando nada, gentileza a gente faz quando pode e quando quer, praquelas pessoas que desejamos fazer que se sintam especiais, importantes e acima de tudo transmitir a sensação do cuidado pra que estas pessoas se saibam amadas e queridas.

Porque falar até papagaio fala e de boas intenções o inferno está cheio, eu quero atitudes. 

Porém, não espero mais nada de ninguém, depois de um tempo a gente aprende a desenvolver a frieza necessária pra seguir adiante como se nada estivesse acontecendo. Até que um dia o vento sopre e tudo encontre finalmente o seu lugar.

Sinto as esperanças se findarem, sinto os sonhos perdendo a cor, sinto o corpo cansar, o coração amargurado, a cabeça pesando... Preciso me reerguer, olho pro meu lado e não vejo ninguém, escuto uma voz apenas dizendo que vai me ajudar, na verdade não tenho uma mão amiga pra me levantar. Lutarei sozinha, mais uma vez. Isso não me assusta, isso não é mais novidade. Sempre contei com minha própria fraqueza fantasiada de força pra superar meus próprios conflitos. Antes eu nem sabia o que eu tinha, vagava perdida e sendo rotulada pelos meus sintomas que ao ver do senso comum é apenas um temperamento horrível, agora eu sei qual caminho seguir e mesmo que andando sozinha e ouvindo apenas o ruído das minhas passadas, conseguirei, se Deus quiser. 

"O oceano está cheio porque todos estão chorando
A lua cheia está a procura de amigos na maré-alta

A tristeza fica maior quando a tristeza é negada
Eu apenas conheço minha mente
Eu pertenço a mim."
(I am mine - Pearl Jam)



sábado, 12 de novembro de 2011

Os medos de uma criança num corpo adulto.


É triste estar sempre mergulhada em meio ao caos, sempre tentando sobreviver, organizar os pensamentos que são sempre tão cruéis e difíceis de organizar. Por mais que as pessoas digam que vão tentar me entender e ajudar, elas não conseguem, elas não suportam nem por alguns momentos o que eu suporto e carrego comigo o tempo todo, o peso de ser um ser amaldiçoado que sente tudo potencializado, que tem o coração desprotegido como se me faltassem as costelas, que sente tudo com tamanha intensidade como se faltasse tecido epitelial pra proteger o corpo das duras intempéries da vida. As pessoas me cobram pra ser algo que não consigo ser, exigem que eu enxergue algo que eu não consigo enxergar pois ainda sou pequena demais, porque nasci borderline, porque sinto todos os medos de uma criança mesmo estando num corpo adulto. Ninguém entende. Vivo aprisionada num mundo escuro e frio, que é só meu e que, apenas quem sofre igualmente pode compreender, todas as tentativas de interagir sentimentalmente com as pessoas que não vivem nesta prisão sem grades é fadada ao fracasso. Sinto uma dor imensa que ninguém sequer imagina que eu sinto ao me ver sorrindo, trabalhando, lutando pelos meus sonhos enquanto tento esconder de mim mesma a aberração que eu sou. Dói muito ser doente assim, mas dói ainda mais não ser compreendida. 
Choro todos os dias, como choro nesse momento, peço a Deus que me faça compreender o porque desta encarnação tão sofrida e me dê forças pra evoluir e chegar num patamar onde as dores e as frustrações sejam menores.

É preciso continuar seguindo antes que as vozes que me sugerem dar um ponto final definitivo a isso me convençam de que não tenho mais forças pra sobreviver lutando segundo após segundo.





quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Tempo...


Minha vida anda desorganizada, muitos planos engavetados no campo emocional, muitas questões em aberto, muito vazio e expectativa, muita angústia e solidão. Quero alguém que me complete e que torne minha vida mais colorida, alguém pra dormir abraçadinho e acordar-me com um beijo e pra tudo, quero ver nossos filhos brincando no tapete da sala, quero me completar. Mas me pedem tempo, eu preciso dar mais tempo, eu preciso esperar. Esperar pelo que? Esperar quanto tempo?

Tudo leva tempo e eu sei como tudo isso dói, sentir-me incapaz de mudar certas coisas e ver o tempo seguindo em frente e me deixando pra trás, faz com que eu me sinta muito impotente, dá um aperto claustrofóbico e vontade de chorar, me trancar num quarto escuro esperando que tudo acabe, mas isso não me ajuda em nada, então o negócio é aprender a cair e levantar e ganhar a vida na base da insistência, da perseverança. Mas mesmo sabendo disso tudo, nada é fácil.

Meus fantasmas sentimentais continuam me perseguindo, me sinto um depósito de mágoas e lembranças ruins e sigo sempre sentindo muito ciúmes das pegadas que as outras que passaram antes de mim deixaram, chego a pensar muitas vezes que só terei sucesso profissional, acho que sou incapaz de amar e ser amada na mesma plenitude. Ainda sonho em encontrar alguém que não me magoe, que não me faça sentir inferiorizada... Já tenho 29 anos e ainda não encontrei, acho que nunca terei o homem que idealizo... Isso me faz sentir muito mal, sou excessivamente passional, me apaixono rápido e com tamanha intensidade, escrevo poesias e construo castelos na areia e eles sempre são derrubados pelas ondas do mar... sempre!




terça-feira, 8 de novembro de 2011

Apenas um vaga-lume na escuridão...

Hoje foi um dia proveitoso, depois de verdadeiras tempestades emocionais com altas descargas de conflitos e mágoas em relação aos meus pais, que já residem em mim há mais de uma década, hoje foi um dia pra encontrar uma luzinha no fim do túnel. Encontrei alguns artigos científicos que abordam o transtorno borderline e, nas referências bibliográficas encontrei alguns livros que desejo ler.


  • Borderline - Mauro Hegenberg e Flávio Carvalho.
  • Vencendo o Transtorno da Personalidade Borderline: Com a Terapia Cognitivo-comportamental - Marsha Linehan.


E ainda tomei conhecimento da existência de grandes estudiosos do transtorno borderline no Brasil:


  • Doutor  Erlei Sassi 
  • Mauro Hegenberg


"Os borderliners melhoram com a idade”, afirma o psicanalista Mauro Hegenberg, autor do livro Borderline.
O psiquiatra que de baseia apenas nos sintomas incluídos no DSM pode errar”, diz. “É comum confundirem a doença com o transtorno bipolar, por exemplo”. Além do diagnóstico difícil, os médicos precisam saber lidar com os pacientes. “É um atendimento que demanda muita energia”, observa Hegenberg. “Você tem que deixar o celular ligado e estar à disposição 24 horas por dia. Já atendi a muitos telefonemas de pacientes que estavam à beira de um suicídio”
Quando perguntado porque ter decidido se especializar  num transtorno tão complexo, ele responde:  “O borderliner é muito cativante”, explica Hegenberg. “São pessoas interessantes, inteligentes, cheias de vida e com uma personalidade extremamente sedutora”. 

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Dor...

A palavra dor é pequena demais pra dizer o que estou sentindo...


Uma lágrima rola pelo rosto
Um pingo de desgosto que não quer cessar
A morte é parte da vida,
Será humano desistir, se entregar?

Mais uma vez me vejo obrigada a desistir da ideia de desistir de tudo, me fazendo acreditar que posso ser importante pra um alguém. Mas nada disso me parece muito viável quando a única pessoa pela qual me forço a viver quer me dar as costas e chamar de "mãe" alguém que não a gerou...



terça-feira, 1 de novembro de 2011

Transtorno Borderline uma prisão sem grades.

"Coração na boca, peito apertado, mãos atadas, pulmões que se enchem e esvaziam depressa demais, moleza nas pernas, euforia, determinação, suor gelado, desespero, anestesia, rubor facial, pensamentos trágicos, paralisia, vontade de desistir, necessidade, raiva, sede de vingança... tudo de uma vez, tudo alternado, tudo separado, nada...
É agora ou nunca."





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