domingo, 18 de agosto de 2013

Deixando a vida me arrastar...

Não sei se todas as coisas que tenho feito, pensado e falado nos últimos meses são realmente "viver", ou se são apenas desculpas que eu invento pra mim mesma fingir que está tudo bem. Não sei se realmente eu estou "aproveitando a vida" ou cavando um buraco ainda mais fundo para mim mesma. Não sei até quando precisarei de novos personagens, nomes e rostos na minha história, não sei até onde vou levar isto, não sei até quando isso vai continuar a me seguir e perseguir... Não sei até quando minha auto-estima e auto-confiança irão depender de apoio externo... Usando e me permitindo ser usada, me sinto infeliz e solitária depois que a "onda" passa... Entre surtos de raiva e tristeza, de um ciclo a outro a decepção de alguém que se vê caindo nos mesmos erros de antes e de sempre...





domingo, 11 de agosto de 2013

Border x Border


Do que adianta entender e perceber tudo? 
Se você não se importa com nada? 


Completamente desiludida com uma pessoa, também border, que eu considerava um grande amigo, um par perfeito... Que idiota eu sou!




quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Um lobo solitário.

Antes eu tinha necessidade da aprovação dos meus pais, eu me sentia dependente do elogio deles e temia as censuras, acho que por isso eu nunca me droguei ou me cortei, ou fiz coisas bem sórdidas, tudo por  "medinho" do que aqueles dois filhos da puta iam pensar de mim... E por mais que eu me esforçasse em pensar em não agradá-los e viver minha vida, era involuntário, era mais forte do que eu, e  eu sempre acabava fazendo o que eles esperavam ou aquilo que eu achava que eles fossem gostar.

O tempo tem passado, eu tenho conhecido mais o transtorno, tenho conversado, tenho estudado e estou amadurecendo e para o meu próprio bem eu decidi não ficar me aproximando daquele bando de desgraçados que me tornaram a aberração que eu sou hoje. Quando eu precisei deles, eles me abandonaram e agora eu não preciso mais deles e não existe nenhum deus para qual eu dobre meus joelhos ou acenda uma vela, que me convença de que eu devo perdoá-los. Eu sou livre!

Tenho nojo deles e de tudo que eles me fizeram. Eu não tenho família, eu não tenho ninguém, eu sou um lobo solitário, e faço questão que eles sempre saibam disso.

Eles só querem a "criança herói" ou o 'bode expiatório" deles para manter a família disfuncional funcionando no seu padrão doente e só me querem por perto pra mostrar pros amiguinhos de igreja deles, a "filhinha que deu certo", "a filhinha não drogada que só precisa aceitar jesus pra se tornar perfeitinha e salva".

Nos últimos meses, eu tomei um nojo deles, nasceu um desprezo tão grande dentro de mim... que eu não consigo mais me importar com o que eles pensam, não me importo se me censuram ou se me elogiam. Inclusive, nem a minha casa eles frequentam mais, não os convido pra entrar, eles não são bem vindos, é da portaria do prédio pra rua, e olhe lá...


E a cada vez mais eu me sinto um ser nascido de uma planta, um lobo solitário uivando pra lua, sem matilha, sem laços fraternos sanguíneos com ninguém. Não me vejo filha de duas pessoas tão abomináveis como aquelas e o que me faz feliz, o que me deixa satisfeita,  é saber que eu me tornei maior e melhor que eles, mesmo sem apoio algum, mesmo sem nenhum incentivo, mesmo com todas as humilhações, chacotas e agressões morais, mesmo com o desprezo e o abandono... Eu sou muito mais do que eles mesmos conseguiram ser. Aqueles imbecis sem cultura e sem formação, que só sabem ler a bíblia.

 Eu vou contrariar o meu destino e não vou ser como eles. Nunca!




domingo, 4 de agosto de 2013

A Família Disfuncional e o Transtorno Borderline



1
A medida que eu fui ganhando estabilidade emocional, pude entender também a dinâmica da minha família. Porque é muito difícil para uma pessoa conseguir enxergar determinados comportamentos dentro da família quando você mesmo é uma dessas pessoas que tem um papel que mantêm essa família disfuncional em funcionamento.

Eu sempre senti que carregava um peso muito grande nas minhas costas e sendo eu um dos pilares que sustentava essa “harmonia” da minha família disfuncional, era quase impossível questionar se esse peso todo que eu carregava (como culpa, raiva, frustação, sentimentos de vazio) era meu de verdade ou se parte desse peso era uma imposição para que eu fizesse parte da família.

Então eu fui atrás de informações sobre essa família que “não funciona bem” ou melhor, não funciona de forma saudável.  Vamos entender primeiro o que é essa família disfuncional.

A família disfuncional não consegue se comunicar de uma forma aberta. Numa família saudável os sentimentos podem ser expressados e não existe um “vencedor”, ou seja, todos os pontos de vista e sentimentos são levados em conta na comunicação familiar. Na família disfuncional isso não acontece, as pessoas não conversam olhando nos olhos, a empatia falha e prevalece a intolerância, um ponto de vista único que deve ser aceito por todos os indivíduos da família.

No site “Boa Saúde”da UOL, há uma matéria que diz:

Sempre que se fala em família disfuncional, estamos falando de doença nas famílias. Assim, temos todo o funcionamento familiar envolvido nesse problema”. Alguns autores psicanalistas, como José Bleger e Eduardo Kalina, desenvolveram bastante a questão das dinâmicas familiares. Pode-se falar em dois modelos básicos de desestruturação nas relações familiares: “há as famílias ‘cindidas’ e as famílias "simbióticas’”.

Nas primeiras, os membros das famílias não conseguem se relacionar entre si. Encontram-se divididos, dispersos. Funcionam e se relacionam como se, ao ficarem juntos, todos corressem riscos do ponto de vista emocional. Assim, as pessoas não podem ter um relacionamento afetivo, são frias entre si. A doença dessas famílias cindidas está na dificuldade de convívio. Os membros percebem que ao conviverem entre si eles se machucam e se afetam negativamente, uns aos outros.

Já no extremo oposto, temos as famílias simbióticas, aquelas em que os membros da família vivem num estado de fusão. Não há diferenciação entre os papéis familiares, estes são confusos e não divididos. As pessoas sentem dificuldades em viver independente dos outros membros da família, estão num estado de constante ‘grude’. Em ambos os casos, está-se falando de doenças familiares do ponto de vista do desenvolvimento afetivo, inter-relacional e de organização psíquica.”

Para que vocês possam entender ainda melhor, vamos olhar algumas “regras” (não faladas, mas que estão impostas) que podem haver numa família disfuncional:

-       Faça o que “pareça bom”, ainda que não seja honesto.

-       Não perturbe e não afunde o barco.

-       Negue coisas que você não quer ver, e elas irão embora.

-       Faça o que eu digo, ainda que eu faça o oposto.

-       Expresse somente bons sentimentos.

-       Não é certo sentir raiva ou tristeza.

-       Você nunca deve questionar o nosso comportamento e sim aceitá-lo.

-       Você deve se conformar com o que esperamos de você, aconteça o que acontecer.

-       Sua necessidades não são mais importantes que nossas necessidades.


Agora veremos algumas crenças e traços da personalidade de adultos criados em famílias disfuncionais:

-       Eles se sentem diferentes de outras pessoas e alguns acham que por alguma razão estão sendo punidos pela vida ou (para quem acredita) por Deus.

-       Eles tem dificuldade para confiar nas pessoas.

-       Eles julgam a si mesmos e ignoram suas próprias necessidades.

-       Sentem muita culpa.

-       São “viciados em sinais de aprovação”, constantemente buscando afirmação.

-       Eles tem dificuldade em sentir, identificar e expressar emoções.

-       Eles tem medo de pessoas com raiva ou de criticas pessoais.

-       Normalmente tentam controlar circunstâncias e relações e reagem de forma extrema a mudanças pelas quais não possuem nenhum controle.

-       Costumam sentir-se desesperados, presos e vitimizados.

-       Farão qualquer coisa para evitar dor e abandono.

-       Tem dificuldades para terminar projetos.

-       Podem ser impulsivos.

-       Tem tendência a adicção de drogas.

Então… o que tem o Transtorno Borderline a ver com a dinâmica da família disfuncional? Acho que eu não preciso dizer, não é?

Sei que o texto é grande, mas agüentem só mais pouco porque se vocês chegaram até aqui é porque talvez tenham se identificado com o tema e agora vem a parte dos papéis que a família escolhe para determinadas pessoas.

Esses papéis são imprescindíveis para que a família disfuncional possa sobreviver e manter seu “equilíbrio”. Normalmente eles são impostos na infância, porém, na vida adulta, o indivíduo continua a cumprir o mesmo papel. Quando a pessoa decide deixar o papel, a família tenta manter-lo ou substituir-lo por outra pessoa.

Vou colocar 4, mas existem outros:

O Herói: O herói costuma ser a criança mais velha. Ele é caracterizado por sua super-responsabilidade e conquistas. O herói permite que a família se assegure de que tudo está indo bem, já que pode sempre olhar para as conquistas do filho ou filha mais velho como uma fonte de orgulho e auto-estima. Os pais usam o herói como prova de que eles foram bons pais. Enquanto o herói pode ser um excelente aluno na escola e um líder nos esportes ou um empregado bem pago e sucedido, ele ou ela estão sofrendo de uma grande dor emocional e sentem culpa, como se nada que ele ou ela fizessem fosse bom o suficiente para curar a dor da família. A compulsão do herói por sucesso pode se transformar em estress e trabalho compulsivo. As qualidades do herói de ser o que ajuda e que cuida da família chama atenção positiva à pessoas que estão fora da família. Mas, apesar disso, o herói se sente isolado e incapaz de expressar seus verdadeiros sentimentos e experimentas intimidade nas relações.

O Scapegoat ou Bode Expiatório: É caracterizado por seu comportamento agressivo, mas na verdade ele ou ela estão sofrendo porque a atenção positiva da família quase não existe ele tem sido ignorado. O bode expiatório costuma ir mal na escola, pode experimentar drogas, se envolver em relações caóticas como um pedido de socorro. Ele é um indivíduo que a família quer esconder. Por ele prefere chamar a atenção negativamente do que não ter atenção nenhuma. É normalmente a criança mais sensível e seus sentimentos são feridos facilmente. A família, para poder senti-se “sã”, usa o scapegoat como o representante de tudo que eles não querer ser e na verdade são. O scapegoat normalmente desenvolve problemas mentais. E sendo ele “doente”, a família pode ser “normal”. Assim eles escondem seus problemas psicológicos usando o scapegoat. A criança que é escolhida como scapegoat é aquela que “não faz nada certo”. Essa criança é vista como a culpada de tudo que é indesejável e ruim. Alguns scapegoats entram na armadilha de tentar cada vez mais e mais se redimirem nos olhos da família, para que eles possam finalmente serem respeitados e apreciados por quem eles realmente são. Porém, aos olhos da família, eles nunca poderão ser bons o suficiente e nessa tentativa em vão eles acabam se destruindo ou vão embora para longe da família. Alguns sucumbem ao papel de “problemático” e se comportam de forma oscilante, já que eles sempre só recém atenção negativa. Assim desistem de tentar agradar a família e se tornam realmente pessoas agressivas e se comportam como vitimas. O Scapegoat normalmente acorda tarde para a vida e só depois de muito tempo percebe que as coisas não eram como deveriam ser, e que o problema não era sua falta de esforço para conseguir respeito da família e que se ele não aceitasse o papel que recebeu, poderia conseguir respeito fora da família disfuncional.

A criança perdida: É caracterizada pela timidez, solidão e isolação. Ele ou ela se sentem como um estranho na família, ignorado pelos pais e familiares e sentindo-se sozinho. A criança perdida busca a privacidade da sua própria companhia para estar longe do caos familiar e pode ter uma vida rica em fantasia, dentro da qual, ele ou ela mergulham. A criança perdida normalmente tem pouca habilidade comunicativa, dificuldade com a intimidade e em relações. E pode ter confusões ou conflito a respeito da sua orientação sexual e sua função. Essa criança pode estar buscando atenção ficando doente. Essa criança pode tentar cuidar de si mesma se comportando de maneira compulsiva, levando a problemas como obesidade, uso de drogas, etc. A solidão a criança perdida pode levar a problemas mentais e baixa auto-estima. Ele ou ela costumam ter poucos amigos e tem dificuldade em encontrar um parceiro para as relações amorosas.

O mascote: Esse papel se manifesta como o indivíduo que faz “palhaçada”, é divertido, hiperativo. O mascote é normalmente a criança menor e busca ser o centro das atenções na família (piadinha interna: eu tentei ser a mascota, mas já tinham o papel de bode expiatório prontinho pra mim), normalmente é aquele que entretém os familiares fazendo com que todos se sintam melhor com sua comédia e suas piadas. Porém o mascota pode estar sendo super protegido dos reais problemas da vida. Ele experimenta intensa ansiedade e medo e persiste em comportamentos imaturos quando se torna um adulto. Ao invés de lidar com os problemas , o mascota foge deles mudando de assunto e fazendo piada. Ele usa a diversão para gerar risos no seu circulo de amigos, mas normalmente não é levado a sério ou não recebe bem rejeição e criticas. Ele normalmente tem dificuldade em concertar-se e focar-se e pode desenvolver déficits de aprendizagem. Ele também sente medo de olhar honestamente para seus sentimentos e/ou comportamentos, portanto não está nunca em contato com eles. A atividade social frenética do mascota expressa na verdade um mecanismo de defesa contra sua intensa ansiedade e tensão interior. A incapacidade em ligar com esses sentimentos pode levá-lo a pensar que está louco. Se essa ansiedade e desespero não forem tratados, não é incomum que o mascota desenvolva uma doença mental, se torne dependente de drogas ou até mesmo cometa suicídio.


No meu caso, eu sempre tive uma personalidade flutuante, e trago comigo até hoje fortes marcas da criança que eu fui, sempre trocando de papéis entre o "herói" com ótimas notas e conduta exemplar, para o "bode expiatório" que era alvo (era e ainda sou) de todas as críticas e decepções da minha mãe, o bode expiatório que era a causa de tudo que dava errado na família e o "mascote" que para amenizar a própria desgraça fazia de tudo uma grande piada, uma grande peça teatral... O mascote que ri por fora e chora e sangra por dentro. E é difícil chegar a vida adulta, aos 31 anos, equilibrando todas essas personalidades machucadas num corpo só... sem saber ao certo quem eu sou e quem eu seria se as coisas tivessem sido diferentes....


sábado, 3 de agosto de 2013

Confusa

Tenho andado confusa e sem saber que rumo seguir.
Será que o caminho a ser percorrido é o caminho certo?
Será que existe o certo?
Entender a verdade por trás das entrelinhas transborda,
Sufoca a ideia de saber que o bem está subentendido no vazio.
Percorrer a verdade em meio ao caos,
Perdendo a essência do ser e existir.
Quem disse que sentir é pra dentro?
No meu caso sinto pra fora,
Com sangue e ferida que nunca se fecha.
Aonde chegar se não se sabe aonde vai?
Esquecer quem é, tentando ser algo incoerente,
Analisando o lado esquerdo sem entender direito.
Como se saber fosse fácil.



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