quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

As agressões emocionais na minha família x Natal

Minha infância foi marcada por maldade, tortura e crueldade exercidas velada e dissimuladamente. Esse tipo disfarçado de crueldade e maldade incluía toda espécie de chantagens emocionais, cerceamentos de liberdade, desrespeito, omissões e opressões que familiares dirigem uns contra os outros de forma surda, calada e, muitas vezes, socialmente irreprimível. Tais maus tratos jamais foram feitos de forma "clássica" e "franca". Aí ficaria muito fácil diagnosticar a dinâmica familiar deturpada. Minha mãe agia assim o tempo todo comigo e com minha irmã mais nova.
Eram incontáveis os números de comentários críticos, mordazes, amargos ou depreciativos, a presença de hostilidade, direta ou dissimulada e um nível muito alto de envolvimento emocional estressante. Agressões emocionais são aquelas que, independentemente do contacto físico, ferem moralmente

Eu cresci nesse panorama e esse meu mal estar fica mais evidente com a chegada do final do ano e do Natal, festa que parece esfregar famílias felizes na cara de quem não tem... Sempre me senti muito mal com a chegada do Natal, preferia que essa data hipócrita não existisse, pois me faz lembrar das vezes que minha mãe demonstrava um comportamento carinhoso (se é que se pode chamar algo tão nojento de carinho) na frente dos outros e me chamava de coisas carinhosas mas no fundo, no fundo tinha um tom de desprezo, deboche ou pouco caso, um olhar frio, distante.

Muitos dos meus medos, insegurança e não aceitação vem dessa época, eu sei disso... E tentar falar dessa época me deixa confusa, a memória falha, as emoções ficam à flor da pele e o raciocínio se perde, como se eu mesma estivesse me protegendo de lembranças tão dolorosas...

Um comentário:

Unknown disse...

Eu tenho me perguntado se há, de fato, famílias "perfeitas", ou se só em "comercial de margarina". Acho que em todas as famílias existe um "jogo social" na época das Festas: em umas mais intenso, em outras menos. Também sinto que é estranho todo mundo se abraçando e se "amando" um dia do ano, depois de 365 sem ter visto a cara do outro, nem convivido. Deve ser por isso que eu sou TÃO OBCECADA em ter uma família, em casar: pra fazer diferente, pra constituir um lar, que me remeta aos Natais da minha infância, quando a minha avó era viva! E aqui, não me refiro a problemas com minha mãe, mas a total falta de sintonia com tios, primos, que "caem de paraquedas" na minha vida 1x por ano, e nunca mais até o ano seguinte! Enfim... o que me resta é TENTAR FAZER O MEU MELHOR, já que, esse ano, após alguns "de plantão", eu estarei em família. Estou me esforçando pra ver com outros olhos...

P.s.: Acho q o segredo é a gente tentar achar um lado positivo, pq, se a gente se prender na realidade, a autocrítica faz do convívio insuportável! Desejo que as Festas corram bem pra ti! E que tu possa te sentir bem, pelo menos um pouquinho!! (:

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