sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Relação Mãe - Bebê e o TPB (parte I)


A psicanálise desde sempre insistiu que a forma pela qual o bebê e sua mãe interagem criaria dentro da mente do bebê a primeira representação interna, não apenas da outra pessoa (a mãe), mas da própria interação, isto é, representação de um relacionamento. Estas representações iniciais seriam críticas para o subsequente desenvolvimento da criança. A interação ocorre nos dois sentidos, ou seja, o modo como o bebê interage com a mãe também influencia o comportamento materno para com ele. Um apego seguro com a mãe provavelmente permite desenvolver na criança conforto e segurança consigo mesma, além de confiança básica nos outros, enquanto que um apego inseguro deixaria a criança ansiosa e confusa.

Estudos cognitivos e neurobiológicos do desenvolvimento, é a de que o processamento das representações internas primitivas só pode ser induzido durante certos períodos críticos da vida da criança. Durante esses períodos, o bebê e seu cérebro em desenvolvimento precisam interagir com um ambiente suficientemente bom, se houver expectativas de que sua personalidade venha a se desenvolver satisfatoriamente (Kandel, 1999). Ao elaborar um modelo animal para o desenvolvimento do bebê baseado na observação das consequências da separação precoce (por 6 meses há 1 ano) de macacos recém-nascidos de suas mães, quando eles retornavam mais tarde a companhia de outros macacos, embora fisicamente saudáveis, mostravam-se emocionalmente devastados. Isolavam-se em um canto das jaulas, embalavam-se como crianças autistas, não interagiam, não lutavam.

Extraído de: Tese de doutorado UFRS Sidnei Samuel Schestatsky


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