quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

As luzes de Natal estão piscando.

Meus dias tem me feito sentir como uma panela de pressão sem válvula de escape... Sinto tudo muito intensamente sempre, seja bom ou seja ruim. Eu tomo quando necessário pra me acalmar e me fazer dormir o Rivotril (clonazepam) 5 mg e sibutramina 10mg pra me livrar de comer compulsivamente, o que seria completamente inconveniente pra minha profissão.  Não os tomo diariamente, odeio a ideia de escravidão a um fármaco.

O passado é uma tortura, não consigo me livrar dele, muitas das vezes assuntos atuais acabam colidindo com alguma coisa do passado, e é sempre angustiante e doloroso. Meu mal maior é o ciúme, é patológico, é doente, é ilógico, e é completamente absurdo. As ligações do presente com o passado que eu crio na minha mente são apenas formas de me machucar mais, como se fosse um mecanismo incontrolável, eu preciso sentir dor. Acho que é assim que eu me mutilo, me firo e me destruo... em pensamentos. Não é necessário um caco de vidro, faca ou qualquer outro objeto pra me punir, diminuir e me fazer sangrar dolorosamente, a arma está em mim, a arma são os meus pensamentos que atuam contra a minha própria integridade. E é muito lamentável, ter insights que me mostram tudo isso e ainda assim, ser tão impotente enquanto todos a minha volta acreditam que eu faço isso por querer, pra me fazer de vítima, por vício e por pura vontade. Nossa doença é cinza e fria, não desperta a piedade de ninguém, só desperta o preconceito e conceitos estereotipados, pra eles somos "pavio curto", "cabeça quente", "eternas vítimas", "rancorosos" e etc, etc e etc... O que eles não sabem é o que passamos e sofremos por sermos assim. É uma grande injustiça quando dizem que o TPB afeta mais quem está em contato com o pessoa portadora do transtorno que o próprio paciente, quem diz isso não sabe o que é viver no olho do furacão como nós vivemos.

Quanto ao Natal que se aproxima, ele me desperta uma grande revolta pelo seu caráter consumista e hipócrita. Mas ainda assim, eu gosto de ver as árvores de Natal piscando, gosto dos enfeites, acima de todos os anjinhos e os bonecos de neve. E por trás desse perfil capitalista todo, eu ainda vejo uma pontinha de sonhos e esperança, isso me agrada, deve ser a parte de mim que não cresceu e que em algum lugar ainda está esperando dar meia noite pra ver o que o Papai Noel trouxe. Acho que essa é minha marca maior, a indecisão. Tenho mais de uma opinião pra quase tudo e isso muitas das vezes me confunde e me consome. Tenho saudade da criança que eu não fui e ainda me pego imaginando realidades paralelas, "como teria sido se..." e o Natal aumenta isso em mim. É uma época difícil...




Um comentário:

Unknown disse...

O Natal tende a ser um período bem difícil pra todas as pessoas mais sentimentais, pra quem tem deprê e pra nós. Mas fico feliz que tu tenha essa ponta de esperança, que fica se pendurando por aí, em luzes que piscam, em topos de pinheirinho!!! Solte a tua criança interior, pq é a OPORTUNIDADE perfeita! Não te torture, tente deixar de lado esses pensamentos, levando tua filha pra passear e ver as luzes! Mesmo que por poucas horas, acho que partilhar desse sonho com ela vai te deixar mais em contato com teu verdadeiro "eu" outra vez!! Eu adoro o convívio com crianças porque elas colocam na alma da gente um sopro de brisa, de fé, que é quase impossível de encontrar sem elas... Tou torcendo pra tua criança brilhar e saltitar! Tu tá precisando e merecendo!! E, sim, as luzes são lindas, os enfeites, tudo isso... a gente pode consumir o brilho e a magia, sem sair por aí comprando!!!! Já é fazer toda a diferença!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...