sábado, 4 de fevereiro de 2012

Terror de Amar...

Terror de te amar num lugar tão frágil como o mundo
Medo de te amar neste lugar de imperfeição
Onde tudo nos quebra e emudece
Onde tudo nos mente e nos separa

Onde as palavras, por ti já ditas, me dilaceram alma, mente e coração
Me atormenta sentir tudo que eu sinto...
Sinto o medo
Sinto medo de tudo, me sinto menor que todos
O medo povoa minha mente, habita meu ser e me aniquila...
Tenho medo...
Medo de te amar e me enganar
Medo de me ferir e te machucar
Tenho medo de te amar neste lugar de imperfeição 
Onde tudo me fere e diminui, onde a todo instante vivo o medo de ser deixada
Sinto medo e já não posso mais falar, 
Pois tu já se cansas do meu pesar
Minha dor, hoje, emudeci pra cumprir a promessa que te fiz...


Desde a minha infância fui prisioneira do silêncio. Minha família nunca tinha tempo pra me ouvir ou simplesmente tratava por "besteiras" as minhas necessidades. Sempre tratavam meu modo de ver as coisas como um grande ciclo cansativo e interminável de conversas que não levavam a lugar nenhum, um tribunal onde todos eram culpados e eu inocente, mas não era bem isso que queria dizer, eu só precisava expor minhas dores, minha amargura e ninguém nunca pôde ou nunca quis verdadeiramente me ajudar. Então, cansada de ser mal compreendida, com medo de cansar a todos e acabar sozinha, com medo de ser deixada, desprezada eu me calava, engolia o fel dia após dia em silêncio, fingia ser o que jamais poderia ser, fingia ser "normal". Me esforçava a viver do modo que eles, que todas as pessoas que entraram na minha vida, achavam normal, tolerável e aceitável... mas apesar do imenso  esforço eu sempre fracassava, sou borderline, não sou normal e continuo gritando em silêncio por socorro.

Sofro em silêncio e em uma cantiga muda me encolho em seus braços, retendo lágrimas.



Um comentário:

Unknown disse...

Que triste! Partiu meu coração ler tudo isso. :(

Não sei o que fazer pra te ajudar, só acho que não seja nem questão de calar ou não; eu dividia as minhas dores, mas, mesmo assim, sou border, como tu, e, mesmo assim, as minhas dores doíam do mesmo jeito, toda a infância. Se houvesse uma fórmula, saberíamos a verdadeira causa do transtorno, pena que não há!

Desejo melhoras, e que possas ser guerreira como sempre, valente, sem ter de calar o que te aflige! Se externares tuas dores da forma correta (contidas e sem agressão nem culpados), estás mais do que no direito de colocar TUDO para fora, ao invés de calar. E, quem te ama DE VERDADE, deve ser capaz de aceitar, compreender e consolar!

Beijo, beijo. =*

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